terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SENHOR, DE-ME LÁGRIMAS!


Ah, Senhor, como eu as quero! Quero que lágrimas voltem a cair de meus olhos tendo como nascente o meu coração. Essas lágrimas mostram as palavras da minha alma, mas tenho a impressão de que elas secaram. E, junto com meus olhos secos, a terra do meu coração tornou-se não somente seca, mas infértil e rachada.

Dá-me lágrimas! Quero que elas reguem os Teus pés, como aquela mulher pecadora que chorou por descobrir que ela era e quem Tu eras.

Dá-me lágrimas! As quero quando confessar os absurdos do meu coração. O meu pecado suga toda a minha energia e desejo de Te contemplar e adorar. Por isso, quero que as lágrimas voltem.

Dá-me lágrimas! Que caiam com sinceridade e arrependimento, como as lágrimas do discípulo Pedro. Que minhas lágrimas seja o sinal de minha submissão e amor por Ti.

Dá-me lágrimas! Não quero ficar longe da Tua voz e das palavras que saem do Teu coração, mas minha frieza e dureza me afastam de Ti.

Dá-me lágrimas! Eu sei que Tu as colhe todas para Ti, pois És um Deus de perto, e não de longe!

Dá-me lágrimas! Eu sei que vens ao meu encontro e que não me rejeitarás. Sei disso, porque Tu tens lágrimas de amor, misericórdia e graça.

Dá-me lágrimas como as Tuas lágrimas!
Em Teu Nome, Jesus.
Amém!

Gustavo Villa.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009




REPÚBLICA – UMA QUESTÃO DE PROCLAMAÇÃO.


Sessenta e sete anos depois da Independência do Brasil, o país entrou em uma crise monárquica devido às mudanças sociais da época. Fazia-se necessário uma nova forma de governo que levasse o país a progredir nas áreas política, econômica e social.
Então, no dia 15 de Novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite do mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a República no Brasil, instalando um governo provisório. A partir de então, o país seria governado por um presidente, resultando na consolidação da República e, futuramente, nas eleições onde o povo escolheria seus líderes.

Para que tal situação se instaurasse houve um desejo, uma ação e, mais que isso, uma proclamação que efetivou a postura da decisão tomada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Proclamar é assumir suas convicções diante de todos e responsabilizar-se pelas conseqüências que venham a advir.

O apóstolo Pedro proclamou com veemência diante do Sinédrio a respeito de Jesus: ”... a quem vós crucificastes , e a quem Deus ressuscitou...”(At 4.10). Paulo proclamou o evangelho ao mundo antigo com coragem e amor. Willian Carey, considerado o pai das missões modernas, deixou a Inglaterra e foi para a Índia afim de proclamar o evangelho por 41 anos em meio a grande dificuldades.
Para Calvino, a Igreja só é Igreja de fato se administra os Sacramentos, se exerce a Disciplina e envolve-se com a Proclamação. A igreja é aquela quem tem o privilégio de Proclamar as verdades do Reino de Deus, levando o mundo a ser curado pela mensagem da cruz.

Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República do Brasil, enquanto que a Igreja é chamada para proclamar a República do Reino de Deus.
Que Deus nos abençoe como anunciadores de Sua Palavra.

N’Ele

Rev. Gustavo Villa

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PARÁBOLAS.


Gosto delas! É maravilhoso ver a sensibilidade com que as palavras são usadas, tendo como elementos as coisas simples da vida. A construção de uma idéia fazendo conexões entre a vida cotidiana e a Vida Eterna. Estórias que podem ser histórias, ou não. O Fato é que nossos corações pulsam mais forte quando uma boa parábola é contada para nos revelar algo tão profundo.
Gosto de contadores de parábolas. Eles são inteligentes, sensíveis, extrovertidos, olham nos olhos, tem um leve sorriso de “canto de boca” e são simples. Rio e me espanto com as histórias de nordestinos e mineiros (que para mim, são os melhores no Brasil em contar histórias) que em cada palavra demonstram alegria no meio de lutas.
Eu gosto de contar parábolas. Às vezes, me pego montando algumas delas indo ao metrô ou indo ao banco. Sempre monto uma estória ou relembro um fato que se transforma em parábola ou em uma poesia da alma.
Talvez Deus tenha me dado esse dom que acho tão lindo. Mas, confesso que muito desse “dom”, aprendi com outra pessoa. Ele marcou a minha vida como sendo um exímio contador de parábolas. Sou capaz de lembrar os encontros que tínhamos em particular e também com nossos amigos. Ficávamos estagnados com a sua percepção. Por vezes, nós não entendíamos o que ele estava falando, mas quando voltávamos para nossas casas, um estalo de entendimento acontecia. Era como uma bomba que explodia dentro dos nossos corações e, tanto eu como meus amigos, chegávamos juntos a uma conclusão: “Ele estava falando de Deus!”.
Lembro de várias das estórias que ele contou. Uma muito famosa é a de um pai que foi ao encontro de seu filho devasso, e sem lhe cobrar nada, simplesmente o beijou com amor e perdão. Nossa! Ele conta de um jeito que é impossível você não ficar quieto. As palavras que saem de sua boca são doces e descem ao coração, nos acalmando.
Não posso passar um dia sequer sem ter um tempo com ele, onde eu simplesmente pare para ouvir suas estórias. E, assim, eu também me transformo em um contador de estória.
Gostaria muito de ouvir a sua estória. Quero muito que você seja como esse meu amigo. Quero muito que você seja sensível no meio de uma geração tão impessoal. Desejo no meu coração que você seja capaz de montar estórias para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, levando-os ao coração de Deus.
Por isso, quero te fazer um favor. Vou passar-lhe o endereço do meu amigo contador de estória para que você entre em contato com ele e tire idéias ou simplesmente, reconte as estórias que ele conta.
O endereço é: Os Evangelhos que se encontram nas Sagradas Escrituras. Ali você irá encontrá-lo. O seu nome? O maior contador de estórias, ou Jesus de Nazaré. Mas, creio que ele vai lhe pedir para chamá-lo de amigo.

N’Ele, o maior contador de estória.

Gustavo Villa, um contador de estória.

UMA CRIANÇA, UM PRESENTE E A GRAÇA.




Era um jantar familiar. Minha esposa me pediu para comprar um ingrediente que faltava na nossa dispensa. Me ajeitei e fui ao mercado levando comigo algumas moedas. Meus passos eram simples, a noite era simples e eu, sem expectativa alguma de, naquele momento, ter um encontro com Deus e com sua graça. Afinal, era só um mantimento e uma breve caminhada.

Cheguei ao mercado e fui direto ao meu objetivo. Minha esposa se agradaria de mim e eu, cumpriria uma das funções de um homem casado. Comigo, ainda as moedas e a falta de expectativa de ver a Deus.

No caixa, tirei as moedas e parecia ser a única coisa real que eu tinha naquele momento. Enquanto pagava pela minha “janta gostosa”, meus ouvidos foram arrebatados por uma voz doce e sem muito escândalo. Era uma menina com cabelos loiros, olhos azuis usando uma regatinha amarela e uma bermuda que não me lembro a cor. Nas mãos, empunhava uma caixa de bombom da Garoto enquanto conversava com sua mãe. A conversa não era alta, mas foi o suficiente para que eu ouvisse. Afinal, estávamos muito perto um do outro.

A garotinha loira, dizia que não queria o bombom, mas um doce de leite que estava dentro de um grande pote. A mãe da criança a lembrou que a caixa de bombom fora dada pelo pai e que, portanto, era necessário comer os bombons. Além do que, a mãe não tinha umas moedas para comprar o tão desejado doce de leite.

A conversa entre mãe e filha chamou agora a atenção do meu coração, e enquanto efetuava do pagamento do meu mantimento, olhei para a criança loira e desafiei-a abrir a caixa de bombom e come-los. A criança com os olhos calmos e serenos não me disse nada, mas a voz da mãe ecoou: “Ela não quer os bombos! Ela quer esse docinho. Pode uma coisa dessas?!”.

Por um instante, ameacei a seguir meu caminho para casa e me deliciar com a janta que minha esposa estava fazendo. Voltar ao caminho da “sem expectativa divina” e viver aquele momento sem o desfrute de uma doce experiência.

Olhei para a criança e ela sorriu para mim. Olhos e lábios sorriram juntos e eu percebi que estava diante de algo diferente. Perguntei quanto era o doce de leite. Imagine você, era apenas uma das grandes quantidades de moedas que eu tinha.

Estava decidido, comprei o doce de leite para a criança loira, e enquanto pagava, a mãe da criança revelou-me ser aniversário da pequena filha.

Entreguei o doce de leite sorrindo com olhos e lábios. Desejei um parabéns e anunciei a benção do Senhor sobre a criança e a mãe. A reposta da pequena menina, foi um belo sorriso e um obrigado entrelaçado de vergonha nas pernas da mãe.

A volta para casa agora foi diferente. Não havia visto só uma criança, mas vi nos olhos dela os olhos do meu Deus. Vi, que a vida cotidiana está repleta de surpresas do Pai para nossos corações. Senti que a graça de Deus está nos atos e acontecimentos mais simples que envolve as nossas vidas.

Se posso pedir algo a Deus nesse momento, peço que nossas vidas sejam repletas de uma criança, um presente e a Sua graça!

N’Ele

Rev. Gustavo Villa