quarta-feira, 21 de outubro de 2009

UMA CRIANÇA, UM PRESENTE E A GRAÇA.




Era um jantar familiar. Minha esposa me pediu para comprar um ingrediente que faltava na nossa dispensa. Me ajeitei e fui ao mercado levando comigo algumas moedas. Meus passos eram simples, a noite era simples e eu, sem expectativa alguma de, naquele momento, ter um encontro com Deus e com sua graça. Afinal, era só um mantimento e uma breve caminhada.

Cheguei ao mercado e fui direto ao meu objetivo. Minha esposa se agradaria de mim e eu, cumpriria uma das funções de um homem casado. Comigo, ainda as moedas e a falta de expectativa de ver a Deus.

No caixa, tirei as moedas e parecia ser a única coisa real que eu tinha naquele momento. Enquanto pagava pela minha “janta gostosa”, meus ouvidos foram arrebatados por uma voz doce e sem muito escândalo. Era uma menina com cabelos loiros, olhos azuis usando uma regatinha amarela e uma bermuda que não me lembro a cor. Nas mãos, empunhava uma caixa de bombom da Garoto enquanto conversava com sua mãe. A conversa não era alta, mas foi o suficiente para que eu ouvisse. Afinal, estávamos muito perto um do outro.

A garotinha loira, dizia que não queria o bombom, mas um doce de leite que estava dentro de um grande pote. A mãe da criança a lembrou que a caixa de bombom fora dada pelo pai e que, portanto, era necessário comer os bombons. Além do que, a mãe não tinha umas moedas para comprar o tão desejado doce de leite.

A conversa entre mãe e filha chamou agora a atenção do meu coração, e enquanto efetuava do pagamento do meu mantimento, olhei para a criança loira e desafiei-a abrir a caixa de bombom e come-los. A criança com os olhos calmos e serenos não me disse nada, mas a voz da mãe ecoou: “Ela não quer os bombos! Ela quer esse docinho. Pode uma coisa dessas?!”.

Por um instante, ameacei a seguir meu caminho para casa e me deliciar com a janta que minha esposa estava fazendo. Voltar ao caminho da “sem expectativa divina” e viver aquele momento sem o desfrute de uma doce experiência.

Olhei para a criança e ela sorriu para mim. Olhos e lábios sorriram juntos e eu percebi que estava diante de algo diferente. Perguntei quanto era o doce de leite. Imagine você, era apenas uma das grandes quantidades de moedas que eu tinha.

Estava decidido, comprei o doce de leite para a criança loira, e enquanto pagava, a mãe da criança revelou-me ser aniversário da pequena filha.

Entreguei o doce de leite sorrindo com olhos e lábios. Desejei um parabéns e anunciei a benção do Senhor sobre a criança e a mãe. A reposta da pequena menina, foi um belo sorriso e um obrigado entrelaçado de vergonha nas pernas da mãe.

A volta para casa agora foi diferente. Não havia visto só uma criança, mas vi nos olhos dela os olhos do meu Deus. Vi, que a vida cotidiana está repleta de surpresas do Pai para nossos corações. Senti que a graça de Deus está nos atos e acontecimentos mais simples que envolve as nossas vidas.

Se posso pedir algo a Deus nesse momento, peço que nossas vidas sejam repletas de uma criança, um presente e a Sua graça!

N’Ele

Rev. Gustavo Villa

4 comentários:

  1. "A volta para casa agora foi diferente. Não havia visto só uma criança, mas vi nos olhos dela os olhos do meu Deus"... Esta sua fala me faz lembrar Jó: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem"... Senti-Lo, pra mim, é muito bem representado pela pureza de uma criança... O mundo está inquieto, veloz.. e as pessoas, enlouquecendo para acompanhá-lo. Um momento de simplicidade pode fazer toda a diferença para uma vida!... basta parar e olhar; não com os olhos, mas com o coração! (by Tatai)

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  2. Não só gostei da historia, como também da conclusão que voce deu, aliás não é uma conclusão, e sim a espontaniedade de um sentimento que só se aflora mediante as pequenas coisas, que aos olhos de DEUS é pura e sublime.
    Continue escrevendo, não só o que voce pensa, mas procure registrar também aquilo que voce realmente sente e faz.

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  3. BEM ORGANIZADO SEU BLOG, LEGAL
    POETA GIBIM
    www.poetagibim.blogspot.com

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