Era um jantar familiar. Minha esposa me pediu para comprar um ingrediente que faltava na nossa dispensa. Me ajeitei e fui ao mercado levando comigo algumas moedas. Meus passos eram simples, a noite era simples e eu, sem expectativa alguma de, naquele momento, ter um encontro com Deus e com sua graça. Afinal, era só um mantimento e uma breve caminhada.
Cheguei ao mercado e fui direto ao meu objetivo. Minha esposa se agradaria de mim e eu, cumpriria uma das funções de um homem casado. Comigo, ainda as moedas e a falta de expectativa de ver a Deus.
No caixa, tirei as moedas e parecia ser a única coisa real que eu tinha naquele momento. Enquanto pagava pela minha “janta gostosa”, meus ouvidos foram arrebatados por uma voz doce e sem muito escândalo. Era uma menina com cabelos loiros, olhos azuis usando uma regatinha amarela e uma bermuda que não me lembro a cor. Nas mãos, empunhava uma caixa de bombom da Garoto enquanto conversava com sua mãe. A conversa não era alta, mas foi o suficiente para que eu ouvisse. Afinal, estávamos muito perto um do outro.
A garotinha loira, dizia que não queria o bombom, mas um doce de leite que estava dentro de um grande pote. A mãe da criança a lembrou que a caixa de bombom fora dada pelo pai e que, portanto, era necessário comer os bombons. Além do que, a mãe não tinha umas moedas para comprar o tão desejado doce de leite.
A conversa entre mãe e filha chamou agora a atenção do meu coração, e enquanto efetuava do pagamento do meu mantimento, olhei para a criança loira e desafiei-a abrir a caixa de bombom e come-los. A criança com os olhos calmos e serenos não me disse nada, mas a voz da mãe ecoou: “Ela não quer os bombos! Ela quer esse docinho. Pode uma coisa dessas?!”.
Por um instante, ameacei a seguir meu caminho para casa e me deliciar com a janta que minha esposa estava fazendo. Voltar ao caminho da “sem expectativa divina” e viver aquele momento sem o desfrute de uma doce experiência.
Olhei para a criança e ela sorriu para mim. Olhos e lábios sorriram juntos e eu percebi que estava diante de algo diferente. Perguntei quanto era o doce de leite. Imagine você, era apenas uma das grandes quantidades de moedas que eu tinha.
Estava decidido, comprei o doce de leite para a criança loira, e enquanto pagava, a mãe da criança revelou-me ser aniversário da pequena filha.
Entreguei o doce de leite sorrindo com olhos e lábios. Desejei um parabéns e anunciei a benção do Senhor sobre a criança e a mãe. A reposta da pequena menina, foi um belo sorriso e um obrigado entrelaçado de vergonha nas pernas da mãe.
A volta para casa agora foi diferente. Não havia visto só uma criança, mas vi nos olhos dela os olhos do meu Deus. Vi, que a vida cotidiana está repleta de surpresas do Pai para nossos corações. Senti que a graça de Deus está nos atos e acontecimentos mais simples que envolve as nossas vidas.
Se posso pedir algo a Deus nesse momento, peço que nossas vidas sejam repletas de uma criança, um presente e a Sua graça!
N’Ele
Rev. Gustavo Villa
"A volta para casa agora foi diferente. Não havia visto só uma criança, mas vi nos olhos dela os olhos do meu Deus"... Esta sua fala me faz lembrar Jó: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem"... Senti-Lo, pra mim, é muito bem representado pela pureza de uma criança... O mundo está inquieto, veloz.. e as pessoas, enlouquecendo para acompanhá-lo. Um momento de simplicidade pode fazer toda a diferença para uma vida!... basta parar e olhar; não com os olhos, mas com o coração! (by Tatai)
ResponderExcluirNão só gostei da historia, como também da conclusão que voce deu, aliás não é uma conclusão, e sim a espontaniedade de um sentimento que só se aflora mediante as pequenas coisas, que aos olhos de DEUS é pura e sublime.
ResponderExcluirContinue escrevendo, não só o que voce pensa, mas procure registrar também aquilo que voce realmente sente e faz.
que Benção...
ResponderExcluirBEM ORGANIZADO SEU BLOG, LEGAL
ResponderExcluirPOETA GIBIM
www.poetagibim.blogspot.com